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31 de dezembro de 2004

Um pacto? Não, obrigado.

Apelar a um “entendimento entre os principais partidos para resolver os problemas da economia nacional”, manifestando-se disponível para, depois das legislativas de 20 de Fevereiro, continuar a empenhar-se, “independentemente dos resultados”, na promoção de um “entendimento entre as principais forças políticas", no intuito de acordar “regras de gestão orçamental”, de “aumentar a transparência das contas públicas” e de definir princípios fundamentais nas áreas da “dívida pública”, do “financiamento das autarquias”, da “gestão hospitalar” e da “sustentabilidade da segurança social”, matérias que exigem consensos que ultrapassam o “limite de uma legislatura”, apenas vem confirmar o total desnorte em que o senhor anda. Uma patetice completa.
Os “principais partidos” assentam os seus programas em pressupostos ideológicos diferentes e, por isso mesmo, não passíveis de qualquer entendimento. De resto, das poucas vezes que esse entendimento existiu, apenas serviu para tramar os portugueses. Um entendimento é uma espécie de “pacto de regime”, ou seja, um “cozinhado” de onde o “povão” sai esturricado. Uma salgalhada, uma promiscuidade onde tudo é igual, não existindo qualquer alternativa para o cidadão. Ora isso não é desejável. Os partidos têm de apresentar as suas propostas, submetê-las a sufrágio e, aquele que ganhar, isso sim, cumprir o seu programa em vez de o meter na gaveta.
Mas, pior ainda, é a referência despudorada ao “limite de uma legislatura”!
Legislatura? Ora porra! Isso era antes!
Agora nunca se sabe o que poderá acontecer. Agora os governos estão em “permanente avaliação” e, por via da respectiva classificação obtida, em qualquer momento, uma Assembleia legitimamente eleita pode ser dissolvida.
Como é que o senhor já se esqueceu disto?

Saúde e Trabalho

É o que desejo a todos neste e nos anos vindouros.
O resto vem por acréscimo.

Em maré de confidências:
Da falta de trabalho não me queixo e gosto do trabalho que faço. Sou daqueles que fica triste quando chega o fim-de-semana.
Apre!!

Poetisa

Há pouco, quando lamentava a ausência das explicações que pedi, não falei da minha amiga poetisa, que me brindou com duas visitas. Obrigado minha senhora!
Acaso tendes, para além do da poesia, o dote da adivinhação?
Quer parecer-me que sim. De facto, andei assoberbado num "lufa-lufa" para cumprir o prazo de entrega de um trabalho.
Já está!

"Cadê" as respostas objectivas?

Estive à espera durante uma semana e não apareceu nenhuma.
Nada.
Bem sei que tenho poucos leitores, mas "c'os diabos". Nem uma!
Pois é. É o que dá quando se tem a mania de tratar as coisas seriamente. A malta não gosta. Se não se tratar de um "escândalo", um boato, um palpite, uma "coisa", o "povo" não adere.

Que tristeza.

25 de dezembro de 2004

Mentir, mistificar, manipular...

Aceito de bom grado debater projectos, ideias, concepções, sei lá, até mesmo interpretações. Podemos ter posições diferentes, antagónicas mesmo, e discuti-las. É inteligente. Em “oposição de fase” está a mistificação, a manipulação e a mentira. Execrável! Ora é isto mesmo que o meu amigo Mocho faz aqui.
Comentando o recurso à transferência do fundo de pensões para a Caixa Geral de Aposentações para evitar o incumprimento do défice, o Mocho “atira-se” ao Ministro Bagão Félix, o qual, “depois de ter proposto soluções disparatadas falha completamente o seu objectivo de controlar o défice”.
Ora, isto é rotundamente falso!
Como toda a gente sabe, o equilíbrio das contas públicas joga-se nas opções do Orçamento. Ora o orçamento de 2004 foi elaborado pela Ministra Ferreira Leite. Bagão Félix só assumiu a responsabilidade das Finanças em Julho/Agosto, isto é, a quando a execução orçamental já ia a mais de meio, e, por isso mesmo, quando já não havia grande coisa a fazer, a não ser conceber o orçamento para o ano seguinte.
Também é falso que “Nos tempos do PS, que tanto criticam, o défice baixou significativamente”. Pois foi. Baixou, baixou, baixou tanto, que até fomos agraciados, pela Comissão Europeia, com um processo por incumprimento da limitação do défice!
Lamentável!
Há uma coisa que eu não sei. Não é ironia. Não sei mesmo. O Mocho, ou qualquer um que saiba, podia explicar-me:
O que é isso de um Fundo de Pensões como este da CGD. Para que serve, que receitas tem, paga reformas por inteiro, etc.? E, naturalmente, que diferenças ocorrem para os contribuintes – os funcionários da CGD - da sua integração na CGA?
Atenção. O que estou a pedir é informação. Dispenso opiniões e “palpites” e agradeço dados objectivos.

Ambientalistas com o Governo?

O semanário "Expresso" noticiou hoje que o Ministério do Ambiente autorizou a cimenteira da Secil, em Outão, Setúbal, a co- incinerar resíduos poluentes não perigosos, como pneus e farinhas animais, decisão que foi, segundo o jornal, tomada em segredo pelo Instituto dos Resíduos, com a aprovação de outros organismos tutelados pelo Governo.

Mas a Quercus desmentiu!


"O processo não é secreto, uma vez que foi apresentado na Comissão de Acompanhamento Ambiental da Secil", que inclui vários organismos, afirma a Quercus.

Onde é que iremos parar? Agora até o Expresso mente?

23 de dezembro de 2004

Masoquismo ou Sadismo?

O Governo distribuiu uma separata a explicar o Orçamento do Estado Português para 2005!
Valha-nos Deus!
Para quê publicitar uma coisa intrinsecamente tão má? Uma peça execrável, amplamente reprovada por todos os sectores económicos e sociais, detestada por todos, excepto por aquela maioria de deputados à Assembleia dissolvida.
Será que, tratando-se de um Governo "contra" os portugueses, houve a intenção de os magoar, ainda mais, publicando aquele dislate? Neste caso, além dos já denunciados comportamentos "erráticos", estaremos perante um facto indiciador de sensível inclinação para o sadismo.
Ou será que se trata de uma autoflagelação? Um vício masoquista?
Seja qual for, não me parece nada bem. Deve ser mais uma "cavalada".
Esperemos que, pelo menos, "a malta" aprenda o que é um orçamento do estado.
Só não percebo a indignação dos outros partidos... Não era suposto ficarem satisfeitos com a propaganda de uma coisa tão bera?
De qualquer forma, não me parece que a preocupação deles se deva ao custo da "obra". Afinal, 100.000€ é o vencimento de 33 meses de um professor no 10º escalão, ou seja, zero! "peanuts".

20 de dezembro de 2004

Calma?

Em resposta ao meu "post" anterior, sugeriram-me que tivesse calma. Que "cada coisa a seu tempo".
Por seu turno, o Mocho veio com aquela conversa despudorada do tipo "também queremos saber as respostas do PSD".
Homessa!
Eu não falo pelo PSD, mas toda a gente sabe que foi por ter respostas para as questões formuladas (excepto, eventualmente, para as duas últimas), por ter uma ideia estruturadora do futuro deste país, que foi demitido. Assente que está a "poeira", não restam dúvidas que a luta aos interesses instalados foi determinante para a sua queda, através do histórico golpe de estado. Ninguém acredita que tenham sido razões conjunturais, comportamentos "erráticos" e demissões de ministros que tenham conduzido ... à decisão de dissolver uma Assembleia onde existia uma maioria legimitimada pelo voto com mandato para quatro anos. Seria anedótico!

Por outro lado, as respostas (do PS) são urgentes, uma vez que já se sabe que "o que foi bem feito, o que foi bom para o país, se irá manter". Ainda ontem foi reafirmado.
Assim, respostas, precisam-se...

19 de dezembro de 2004

Perguntas que exigem resposta

António Barreto está longe de ser "dos meus". Contudo, pela clareza do seu racionío, pela frontalidade com que provoca o "politicamente correcto", pelas suas opiniões "fracturantes", é um pensador que aprecio. Já aqui o disse.
No Público de hoje, Barreto enuncia uma série de questões que, no seu entender, devem decidir o voto dos portugueses. É qe, segundo ele, já lá vai o tempo do voto "em manada".
Vou aqui transcrever algumas das perguntas para as quais, também eu, gostaria de ter resposta antes de 20 de Fevereiro:
  • Como pretendem organizar a colocação de professores?
  • Continuarão a gerir, a partir do Ministério da Educação, as doze mil escolas ou vão entregá-las às autarquias?
  • Permitem que os Institutos Politécnicos confiram doutoramentos e se transformem em Universidades?
  • Mantém a uniformidade das formas de governo das Universidades?
  • O que vão fazer com as portagens das auto-estradas e das SCUT?
  • Que destino darão aos hospitais públicos e aos hospitais ditos SA?
  • O que vão fazer, no concreto, para reduzir os prazos da justiça?
  • Que medidas práticas e concretas tomarão para lutar contra a evasão fiscal?
  • Como vão cuidar dos miseráveis resultados escolares portugueses, nomeadamente dos desastres que constituem os ensinos da matemática, do português, da física e da química?
  • Como lidar com as centenas de cursos e licenciaturas existentes em cada área disciplinar?
  • Alteram ou mantém a actual legislação do aborto?
  • São contra ou a favor da integração da Turquia na União?

Respostas, precisam-se.

12 de dezembro de 2004

Sócrates disse...

num comício lá para os lados do Fundão, ou Castelo Branco, não sei bem, que o futuro governo do PS não ia deitar fora tudo o que este governo fez. "O que fez bem, o que foi bom, vamos aproveitar", disse ele. Ouvi claramente.
Ohlala!
O que fez bem?
O que foi bom?
Isto tem "água no bico". Devia ser explicado.
Este governo fez algo de bom?
O que é que vai ser aproveitado?
Fico à espera...

Eleições?

Tenho uma enorme mágoa por haver, nos dirigentes partidários, gente que precisa da política para viver. Gente que, sem o vencimento de deputado ou de qualquer outro cargo associado, não tem meios de subsistência. Há-os em todos os partidos, bem sei, mas é uma pena.
Se assim não fosse, o PSD poderia não concorrer às próximas eleições! Aliás, o PSD não deveria concorrer às próximas eleições.
Imagine-se que se verificava aquela hipótese (muito remota mas, ainda assim, hipotética) do PSD ganhar. Ficava tudo na mesma. Lá teríamos de ir novamente a eleições até que o PS ganhasse. Uma pura perda de tempo.
Ora, não há necessidade. Basta que o PSD não concorra.
Assim, o PS tinha quatro anos para fazer tudo bem feito e pôr este país num "brinquinho". Se não fizesse, ao fim dos quatro anos ajustavam-se as contas. Eh pá! Quatro anos não. Isso era antes. Isso era antes do "golpe de estado". Agora nunca mais se saberá por quanto tempo vale uma legislatura.


11 de dezembro de 2004

As Razões

Ouvi claramente.
Houve "uma sucessão de episódios que ensombrou decisivamente a credibilidade do Governo e capacidade de enfrentar a crise que o país vive".
Chiça!

10 de dezembro de 2004

Mais uma medida (2)

Temos mais uma medida urgente.
Veio pela pena de Semibreve e é:

  • "Colocar os professores, todos, sob contrato de 1 ano, renovável com base em critérios de avaliação, interna e externa, objectivos e claros"

Perdoe-se-me, mas acho que nenhum governo teria coragem para fazer isto. Não é que discorde do fundamento, mas ... ohlala! Era muita coisa!
Eu preferiria que, depois de um concurso "normal", com os efectivos à frente dos QZP's e dos "doentes", as escolas pudessem, cada uma, reconduzir os professores que entendessem e que estivessem interessados. Tudo assente em processos transparentes com apreciação e aprovação em Conselho Pedagógico.

Mais medidas? Avancem!

Mais uma medida

Do Fio d'Água recebemos uma sugestão para uma das primeiras medidas a tomar pelo novo governo:

A "desprivatização" dos hospitais

Vai para a minha lista. (a ideia é escrevê-las aqui)

Digam mais...

8 de dezembro de 2004

A primeira medida

Tenho andado a pensar em qual será a primeira medida a ser tomada pelo próximo governo presidencial.
A maior contestação deve ter sido ao Código do Trabalho - verdadeiro ataque às conquistas fundamentais de Abril, e que, como tal, deve ser revogado;
Mas, por outro lado, também fez correr muita tinta o episódio do "barco do aborto" com aquele arsenal diabólico das corvetas e fragatas - donde, a liberalização (ai os meus dedos que me traem - é descriminilização) do aborto aparece como plausível;
Finalmente, temos os funcionários públicos, como eu, que há dois anos não vêem cheta de aumento - pelo que aumentos reais, na casa dos 6%, aparecem como estritamente necessários.
Provavelmente haverá mais que, por ora, não me ocorrem. Mas, mesmo com apenas estas simples três medidas, a opção não será fácil. Qual será? Ou serão todas de uma vez?
Se houver mais, e mais urgentes, por favor avivem-me a memória.
Gostava de fazer uma lista de medidas para, depois, poder ter a satisfação de as ir riscando, uma a uma, à medida que forem sendo tomadas.

4 de dezembro de 2004

Estratégia de vitimização?

Uma coisa assim ...
Estes senhores do PSD são é pessoas muito calmas.
Eu teria entregue a chave da porta ao presidente dizendo-lhe: "Olhe, como o senhor acha que a malta, embora apoiada por uma maioria na Assembleia, não serve, vamo-nos embora. Arranje outros tipos que lhe façam o frete. Passe bem."
Deve ser por isso que não sou político.

Para a História

Na opinião de Agostinho Magalhães (Expresso de 4/12/04, p. 3 - link não disponível) Jorge Sampaio ficará para a história da Terceira República como o primeiro presidente a pôr fim a um governo apoiado por uma maioria absoluta no Parlamento.
Na dele e na minha.
Passámos a ter um regime presidencialista.
Se o presidente não gosta, demite!
Há regimes assim, mas o nosso não o era.

Força Portugal!

3 de dezembro de 2004

Sampaio justifica silêncio

Não justifica nada.
O que o senhor disse foi que "nos termos da Constituição, a dissolução da Assembleia da República impõe a audição prévia dos partidos com representação parlamentar e do Conselho de Estado".
O que ele não disse foi por que razão, ou razões, é que se lembrou de os ouvir com vista à dissolução. Quando se toma uma decisão qualquer, neste caso de ouvir os partidos e o Conselho de Estado, faz-se por uma razão bem determinada.
Já ouvi muitos tipos especularem sobre as razões que eles pensam terem motivado o Presidente. Ainda não o ouvi a ELE e deveria ter sido o primeiro a falar.
Uma coisa será certa: a razão não foi a "má" governação - O senhor até quer o Orçamento aprovado!
De resto, também não poderia ser: é aos eleitores que compete avaliar a acção governativa, no termo da legislatura!

30 de novembro de 2004

Janela de Oportunidade

Com a dissolução da Assembleia da República, a realização de eleições e a previsível vitória do Partido Socialista, abre-se uma janela de oportunidade para o nosso país. De imediato, teremos as seguintes consequências:

  • O terrorismo internacional vai acabar;
  • O petróleo vai baixar para a casa dos 30 dólares;
  • A China vai passar a cumprir os tratados internacionais sobre trabalho e patentes;
  • As empresas portuguesas vão deixar de encerrar as portas;
  • A União Europeia vai acabar com as imposições quanto ao défice orçamental;
  • O “choque tecnológico” irá aumentar os nossos níveis de produtividade;
  • O emprego vai subir em flecha;
  • Os salários vão sofrer aumentos reais;
  • Os impostos vão baixar.

E, para além de tudo isto,

  • Os “boys” vão ser extintos por decreto, e
  • Os novos administradores das empresas públicas vão deixar de receber “balúrdios”.

    Vai ser bom.

    Força Portugal!

28 de novembro de 2004

Pérolas a p...


Cheguei agora do Auditório da Biblioteca Municipal onde, a convite da Câmara, o Coral do B.C.P. veio dar um "Concerto de Natal". Estavam lá, contei-as, 86 pessoas: 45 eram cantores do grupo, 1 era o maestro e 40 assistiam!
Vendo as coisas pelo lado positivo, até nem terá sido mau.
Pelo menos foi melhor que naquele célebre sábado em que, a mesma Câmara, se lembrou de cá trazer o filme "Mulher Polícia" do Joaquim Sapinho. É que dessa vez estiveram 8 pessoas. Que multidão!
Numa cidade onde se ouvem queixas da falta de iniciativas culturais, isto é exasperante.
Razão têm aqueles que cá trouxeram o Toy e encheram o largo!
Que merda de país piroso!

27 de novembro de 2004

A antiguidade é um posto!

Esta é uma máxima antiga que nunca deixou de ser actual.
Agora é a vez dos polícias a reclamarem. Dizem eles que “deve acabar-se com os concursos por avaliação curricular e promover-se todos … que já fizeram quatro anos no mesmo posto”.
Assim, sim. Igualdade. Qualquer polícia com x anos de serviço é igual a outro qualquer polícia com os mesmos x anos de serviço.
Bem vistas as coisas, são capazes de ter razão. De facto, para mim, tanto faz ser autuado por um como por outro.
Aliás, isto é exactamente como os professores. São todos iguais e progridem todos por tempo de serviço. Para que é que serve esse instrumento de opressão que dá pelo nome de avaliação? Para nada! Toda a gente sabe que é igualzinho ser aluno do professor A como do professor B como até do Z.
Viva a indiferenciação!

25 de novembro de 2004

Autonomia da Escola

Há imensos anos que se vem ouvindo o discurso da autonomia como via - única - para a resolução dos inúmeros problemas que afectam a escola. Alegadamente, o Ministério da Educação tem vindo (não é de agora) a espartilhar a criatividade das escolas, obrigando-as a adoptar modelos de organização nos domínios pedagógico e administrativo (e também financeiro) que são contrários àqueles que cada escola escolheria se fosse autónoma. Nesta óptica, é desta imposição que resulta o reconhecido insucesso de alunos, professores e escolas.
Sejamos sérios:
Uma escola autónoma é aquela que, no respeito pela legislação, pode decidir da gestão do currículo, seleccionando conteúdos, metodologias e actividades, do elenco disciplinar, da carga lectiva e da organização do tempo escolar. E, inevitavelmente, é aquela que, no respeito pela legislação laboral, pode escolher os seus professores!
A regulação de um sistema com estas características seria efectuada, em primeira linha, pela própria comunidade, na base dos resultados da avaliação externa dos alunos - é claro que haveria exames nacionais versando os conhecimentos e as competências previamente definidas a nível central- sem prejuízo da intervenção de outras instâncias.
Acredito que um sistema destes pudesse ter bons resultados.
Recentemente, também a Senhora Ministra se pronunciou sobre este reforço da autonomia.
Vejam-se as reacções. Leiam-se estes comentários e reflita-se: a autonomia é, verdadeiramente, desejada?

23 de novembro de 2004

Delito de opinião

Alertado pela Basfémia, fui ler isto.
Aconselho a leitura, e respectiva reflexão, a todos.
É uma vergonha ter um Parlamento Europeu assim.
Hoje, quem ouse não aplaudir as minorias étnicas, os toxicodependentes e os homossexuais, corre o sério risco de vir a ser discriminado!

21 de novembro de 2004

Greve aos TPC's

Decorreu ontem uma iniciativa interessante. Uma Greve Nacional aos Trabalhos de Casa. Digo que é interessante, desde logo, porque é uma “greve”, depois, porque é aos “trabalhos” e finalmente, porque é em “casa”.
Já aqui disse o penso sobre o valor do trabalho e não vou repetir-me.
Contudo, a ser verdade que os jovens portugueses de 15 anos gastem, em média, 5 horas por semana a fazer trabalhos escolares em casa, isto poderá, efectivamente, ser um problema. É que, para além desta hora diária, hoje, os garotos estão na escola, em actividades lectivas, cerca de 9 horas. Se juntarmos o tempo gasto em transportes, chegamos a números que podem ir às 12 horas diárias. É excessivo!
Assim, justificar-se-ia a greve aos TPC’s, como se justificariam outras iniciativas que visassem reduzir o “tempo escolar” diário.
Uma forma séria de ultrapassar este problema seria atenuar o atomismo disciplinar, agregando disciplinas e, assim, facilitar um conhecimento mais holístico, de resto mais compatível com o desenvolvimento de competências para o exercício de uma cidadania responsável, como se pretende no “ainda” ensino básico.
No entanto, logo se percebe que não é bem assim que se pretende resolver o problema. Logo se dá conta que o problema não reside no excesso de trabalho e de tempo. O problema está em ser trabalho realizado em casa! Leia-se o que diz o Presidente da CONFAP. Lá está. As escolas devem poder contratar professores para assistirem os miúdos na realização dos “trabalhos de casa” na escola.

Aí estão os sindicatos a esfregar as mãos de contentamento.

19 de novembro de 2004

Casa do Gaiato

O relatório elaborado pela Segurança Social à Casa do Gaiato é demolidor, afirmando que as crianças e jovens aí acolhidos vivem em “isolamento, repressão e clausura”.
Não tive oportunidade de ler todo o relatório. Contudo, pelos excertos publicados no público, fiquei “de pé atrás”. É que, segundo o jornal, maioria das 482 crianças, jovens e adultos acolhida pela Casa do Gaiato - Obra do Padre Américo - deve viver em grande sofrimento por ter sido abandonada pela família e por não gostar de viver na instituição, onde "abundam o trabalho, a disciplina e os castigos".
Repare-se naquilo que leva a concluir que os rapazes não gostem: trabalho, disciplina e castigos. Tudo ao mesmo nível!
Parece-me óbvio que, no esquema conceptual de quem elaborou o relatório, estas coisas são todas más. Trabalhar e ser disciplinado é o mesmo que ser castigado. Ou, de outra forma, trabalho e disciplina são castigos.

É melhor ler, também, este outro artigo e esta opinião.

Convem lembrar que a Casa do Gaiato nunca recebeu subsídios da Segurança Social, contrariamente à generalidade dos centros de acolhimento, temporário ou não...

Já agora, fica uma pergunta:
Será melhor (do ponto de vista educativo) cuidar de uma horta (com sacho e tudo) ou passar o dia com uma “playstation”?

18 de novembro de 2004

Alta Autoridade para as Competições Desportivas

Em comunicado tornado público hoje a AACD veio afirmar que são absolutamente ilegítimas as pressões que as administrações de algumas SAD’s de clubes de futebol da Primeira Liga têm exercido junto dos treinadores das mesmas. De acordo com o porta-voz da Alta Autoridade, as questões que se prendem com contratações, convocatórias de jogadores, substituições e esquemas de jogo, são da competência exclusiva dos treinadores, estando sujeita a sanções toda e qualquer intromissão nesta área de decisão. O mesmo responsável adiantou, ainda, que a AACD pretende passar a ser ouvida, emitindo parecer vinculativo, nas futuras contratações de treinadores pelos clubes de futebol.
Ainda nesta linha, adiantou que está em fase de ultimação um projecto de diploma que prevê que as colocações de jogadores nas diversas equipas se passe a processar por concurso nacional, única forma de garantir a real igualdade de oportunidades neste sector profissional.

APRE!

Liberdade editorial?

Li no Público (on-line) o seguinte:

[…]A AACS sustenta que, apesar das versões contraditórias sobre o sucedido, "a simples abordagem de questões estratégicas da empresa" permitem concluir que houve "um constrangimento sobre o colaborador". Nesta conversa, a AACS considera que o presidente do grupo Media Capital "interferiu objectivamente" na área da exclusiva responsabilidade do director de informação da TVI, o que "infringe a liberdade editorial".

Parece-me que são as opções estratégicas (de uma empresa) condicionam o êxito ou malogro da organização. Numa empresa do audiovisual, a estratégia passará, entre outras, pela definição de conteúdos adequados ao público-alvo pretendido, bem como pela forma como se trata a “informação”. Naturalmente, as opções estratégicas são tomadas, no caso do sector privado, pelos investidores. É por isso que há, por exemplo, jornais tão distintos como o “Público”, o “24 Horas” e o “Expresso”.

Ora, aquilo que a AACS veio dizer é que em televisão não é assim.
Em televisão, há áreas que são da exclusiva responsabilidade de pessoas contratadas pela administração. Isto é, há áreas nas quais a administração está impedida de interferir (?)
Bem vistas as coisas, em televisão, à administração resta pagar os vencimentos do pessoal.
APRE!

14 de novembro de 2004

Abuso de poder nas escolas

A jornalista Mónica Contreras, na página 14 da edição do Expresso de 13/11/2004, dá à estampa um artigo (lamento não poder aqui pôr o conveniente link porque o Expresso introduziu “portagens” aos seus leitores e eu não conheço qualquer via alternativa) onde aborda o “abuso de poder na escola” por parte dos Presidentes dos Conselhos Executivos. De acordo com o artigo, estes presidentes são tipos que tudo fazem para manterem os seus privilégios e que, para cúmulo, não estão sujeitos à lei da limitação de mandatos, isto é, não são como o Presidente da República (há mais além deste caso?). Até aqui tudo bem. É uma opinião…
O problema é que a senhora introduz duas afirmações que são falsas:

  • Os funcionários não docentes representam 40% da assembleia eleitoral. Admito que haja uma ou outra escola em que a percentagem seja essa. No entanto, na maioria, com assembleias formadas por, para além dos funcionários, todos os professores, 1 aluno por cada turma do secundário, 1 pai por cada turma do básico mais 2 por cada ano do secundário, a percentagem dos primeiros raramente irá além dos 20%!
  • Os presidentes recebem uma gratificação de 60% sobre o ordenado. De facto, a gratificação dos presidentes é de 50 ou 60% (conforme o número de alunos da escola) mas é sobre o valor do índice 100 da carreira docente, a que correspondem 411,04€ e 493.25€. Na prática, existindo poucos presidentes situados em escalões indiciários abaixo do 8º, os valores em questão são substancialmente diferentes. Como exemplo, um presidente que vença pelo 10º escalão acaba por receber uma gratificação de cerca de 15% sobre o ordenado.

    Que merda de jornalismo.
    Meu caro Ministro Rui Gomes da Silva…

12 de novembro de 2004

Choque Tecnológico

Terminou há pouco a "Grande Entrevista" da Judite Sousa ao Dr. Manuel Pinho, porta-voz do secretário-geral socialista para os assuntos económicos.
O senhor pareceu-me estar algo anestesiado. Apesar de instado, não conseguiu referir nenhuma medida concreta que, alegadamente, possa vir a (re)vitalizar a nossa economia. Ficou-se por aquelas banalidades do baixo nível de qualificação da nossa população, pela situação "gravíssima" em que está a "Educação", e por uma coisa a que chamou "Choque Tecnológico". O que será isso? Ele não disse. Alguém me explica?

11 de novembro de 2004

Americanos perdem a guerra no Iraque

Deliciei-me a ler este artigo de Clara Ferreira Alves. By the way, a senhora ficou mesmo “na moda”!
Por entre diversas críticas ao ataque americano a Fallujah, a senhora refere que o mesmo decorre em pleno Ramadão. Ora, como se sabe, durante aquela época os «insurgentes», ou rebeldes, estão sem comer durante todo o dia, até ao pôr-do-sol, e enfraquecidos pelo jejum obrigatório. Deduzo que a crítica ao ataque nesta época do ano residirá na convicção de que se trata de um acto cobarde. Isto é, as guerras querem-se travadas de forma limpa e com o necessário cavalheirismo. Até porque, como se sabe, é assim que têm procedido os ditos insurgentes. Gente boa. Gente que nunca, bem ou mal nutrida, sequestrou qualquer civil, muito menos o degolou com direito a vídeo para a família recordar pelo Natal.
Mais que hipócrita, esta opinião da senhora parece-me uma patetice!
E, se alguma dúvida subsistisse, ela seria completamente dissipada quando a senhora remata afirmando que a ocupação, e os modos da ocupação, fizeram os americanos perder a guerra do Iraque.

Pois foi: os americanos perderam a guerra no Iraque e John Kerry ganhou as eleições.

Como é que se chamam os tipos que negam a evidência?

10 de novembro de 2004

O Muro


Para a rapaziada avermelhada, recordar a queda do muro de Berlin deve ser doloroso. Incómodo, no mínimo. É que há muros e muros. Há muros bons e maus. O de Berlin protegia o povo, incauto, dos perigos de uma sociedade corrompida. O de Israel é uma monstruosidade que oprime os Palestinianos.
PRONTO(S)! OK! Já chega!
Como modesto tributo ao senhor Gorbachev por aquela premonição que veio a permitir a queda do muro, fica aqui a interpretação da Sinead O’Connor em 21 de Junho de 1990 no The Wall Live in Berlin.
Porra. Já foi há muito tempo!

9 de novembro de 2004

Petróleo? CO2? SO2?

Como forma de diminuir a nossa dependência do petróleo, o ministro Álvaro Barreto terá anunciado um conjunto de medidas, entre as quais se destacam a instalação de um vasto sistema de aerogeradores, a construção de mais hidroeléctricas, e o aumento forçado da utilização dos transportes públicos, pela eventual aplicação de taxas à circulação de ligeiros nas cidades (como existe em Londres).
Mal!
A utilização da energia eólica, embora muito promitente, tarda em se apresentar como verdadeira alternativa energética. Para produzir o equivalente da central do Carregado era necessário enxamear as nossas serras de “ventoinhas”.
As barragens têm o problema que se conhece: ou se encontra algum traço feito por alguém anterior à nacionalidade (ou será à implantação da República) o qual deve ser preservado a qualquer preço, ou então, “aqui d’el-rei” que se está a pôr em risco o equilíbrio ecológico da região.
A introdução de taxas, como é de prever, levará o povo para a rua. Nesse sentido já se pronunciou o novel líder socialista, alegando que a rede de transportes públicos não está suficientemente desenvolvida para ser uma verdadeira alternativa ao transporte particular. Por falar nisto: este maratonista militante não era um dos defensores da “cidade para os peões”, um paladino dos “dias-sem-carros”?

É por estas evidências que insisto. Se, de uma forma ou de outra, o Governo está condenado a “levar porrada”, então que a leve por uma boa causa. Então que resolva, definitivamente, o problema da energia eléctrica. Faça como os outros países:
Invista numa central NUCLEAR!

Slovakia - Mochovce nuclear plant

Até pode ser de fissão.

8 de novembro de 2004

Carrinhas do Rendimento Mínimo

Desapareceram as motorizadas mas estão aí, em força, estas carrinhas.


Um amigo meu, tipo "com pinta" diz que são as "carrinhas do rendimento mínimo". Parece que o subsídio (actual RSI) dá para pagar a prestação mensal!
Tipos finos.

6 de novembro de 2004

Onde estão as Motorizadas?

Apercebi-me de que já quase não se vêm máquinas como estas.




Lembro, sem qualquer nostalgia, o tempo em que eram abundantes.
Era vê-las alinhadas, às dezenas, à porta das fábricas. Era vê-las, em bandos, em hora de ponta, normalmente nervosas. Era vê-las em plena estrada, em alta rotação, com aquele característico “crepitar”, fazendo temer que a biela saísse disparada pelo tubo de escape. Era vê-las, quantas vezes, à noite, com o farol titubeante, transportando pai, mãe e filhos (sim, é verdade).
Hoje, quase não se vêem. Desapareceram!
Em matéria de duas rodas, são as vulgares DT’s dos “putos queques” e as grandes “bombas” dos “motards”, isto é, luxos. Agora, motorizadas, aquele famoso veículo de transporte do proletariado, não! De facto, hoje, à porta das fábricas, nas ruas e estradas, de manhã, à tarde e à noite, só se vêm automóveis.

Não há dúvida. Esta coisa mudou. Ai mudou, mudou. E em quanto tempo? 20 anos? 25?
E mais: será este um indicador de que a mudança foi significativa?

3 de novembro de 2004

Justiça à Portuguesa

Sou daqueles que pensa que uma garota que aborta não deve ser levada a tribunal.
O que, no entanto, não impede que tenha ficado perplexo quando li no Público que A juíza absolveu hoje a jovem de 21 anos de idade acusada da prática de aborto, porque que não ficou provada a prática do crime.

Ora vamos lá ver:

  1. O enfermeiro denunciou;
  2. O Serviço de Ginecologia e Obstetrícia confirmou;
  3. A miúda confessou.
  4. O que é que faltou?

Ah! O feto! Não apareceu o feto!

Então e aquela criança do Algarve que nunca mais aparece? Como é? Liberta-se a mãe e o tio e o não-sei-o-quê?

Que porra de justiça é esta?

Senhores Magistrados do Ministério Público: Não acusem as miúdas que se vêem obrigadas a abortar.
Senhores Juízes: Quando o MP levar alguém ao vosso tribunal, façam o vosso trabalho!

Não descredibilizem mais, uns e outros, a Justiça em Portugal!

2 de novembro de 2004

CENSURA

Aqui há uns dias, Acerca do ímpeto do Governo em controlar os "media", alguém disse aqui que o Público estava controlado pelo PSD.
Da edição de domingo retirei estas "pérolas":

"Depois da tese da cabala, surgiu agora a teoria do complot. À falta de argumentos credíveis, diaboliza-se a Comunicação Social e faz-se o discurso do calimero. Esta lógica maniqueísta do ou estás comigo ou estás contra mim está a tornar-se obsessiva e insuportável."
Judite de Sousa "Jornal de Notícias", 30-10-04


"É inegável que há hoje pressões do Governo sobre o poder mediático."
José António Saraiva "Expresso", 30-10-04


"O apetite que o Governo tem mostrado pela intervenção nos 'media', longe de representar uma manifestação de força, significa o reconhecimento de uma fraqueza."
Idem, ibidem


"Nunca se viu uma democracia deslizar para a ditadura por excesso de força do poder político. Mas já se viram muitas democracias desembocar em ditaduras por falta de força do poder político."
Idem, ibidem


"O episódio Marcelo Rebelo de Sousa/Paes do Amaral já não é só um puro caso de censura à liberdade de expressão. É um retrato ridículo, triste e aviltante do estado em que o país se encontra."
Paquete de Oliveira "Jornal de Notícias", 30-10-04


"O que é chocante é que o engº Paes do Amaral tenha ido à Assembleia da República e o prof. Marcelo esteja impedido de ir."
Jorge Miranda Idem


"Há indícios preocupantes sobre a liberdade de imprensa em Portugal."
Sebastião Lima Rego "Correio da Manhã", 30-10-04


Isto é que é alinhamento?
Isto é que é controle dos órgãos de comunicação social?

Meus amigos, isto é CENSURA!


31 de outubro de 2004

António Barreto

Terminou agora a entrevista do Prof. António Barreto na "Dois".
Registo aqui a resposta que deu a uma das últimas questões, daquelas de resposta rápida. Era, mais ou menos, assim: Que medidas tomaria se fosse Presidente da República?
Resposta:
"Mandava fazer um livro branco sobre a Justiça em Portugal e faria com que a gestão das escolas fosse entregue às Autarquias"

Porra!
Há poucos sociólogos assim, não há?

Que desilusão!

O Ministério da Educação está a receber os Sindicatos com vista à revisão da legislação sobre colocações de professores nas escolas. Muito bem! O D.L. 35/2003 é, efectivamente, uma colectânea de asneiras, as quais ainda foram amplificadas pela respectiva regulamentação. A começar na “despromoção” dos professores mais antigos (efectivos) relativamente aos mais novos (qzp’s), passando pela aceitação praticamente automática de toda e qualquer declaração de debilidade para efeitos de destacamento (a que muitos Conselhos Executivos terão dado cobertura) e terminando nas colocações a nível nacional em horários incompletos, o decreto revelou-se, como se previa, um absoluto desastre. Por isso, reveja-se. Tudo bem.
Contudo, o dito decreto continha uma disposição de crucial importância para a necessária estabilização dos quadros das escolas – a possibilidade de recondução dos professores. Ora, como se pode ler aqui, essa forma legal de colocação vai ser abolida.
O que aconteceu, e que me entristeceu, foi o facto da Senhora Ministra, fragilizada pela irrepetível pantomina das colocações, ter cedido aos Sindicatos. Os quais rejubilam, proclamando que do encontro com o secretário de Estado Adjunto e da Administração Educativa, a FNE trouxe a promessa de que, no próximo ano, não haverá reconduções de docentes.

Senhora Ministra,

A senhora está nisto há pouco tempo, é verdade, mas, ainda assim, já deveria ter compreendido coisas básicas. Nomeadamente, deveria ter-se apercebido:

  • Que a “bronca” do concurso radica, quase exclusivamente, na subalternização dos docentes efectivos (que libertam vagas quando são deslocados) relativamente aos dos QZP’s;
  • Que esta hierarquização anacrónica terá sido exigência dos sindicatos;
  • Que assim procederão porque “recrutam” nos professores mais novos;
  • Porque os mais velhos, já estabilizados, tendem a deixar de pagar as quotas;
  • Pelo que, a estabilização dos quadros não lhes interessará!

Pois será! Mas a nós, que trabalhamos nas escolas e lutamos para que aumente a qualidade dos serviços que prestam à comunidade, interessa-nos! A nós, que percebemos que não há projecto educativo que resista à sucessiva alternância de professores, interessa-nos! A nós, que testemunhamos o desinvestimento que tantos professores fazem (felizmente há excepções) porque no ano seguinte estarão noutra escola, interessa-nos! A nós, que…
A nós, interessava-nos que as escolas (e nunca o Ministério) pudessem reconduzir os professores. Por mútuo acordo. Com parecer vinculativo do Conselho Pedagógico e/ou da Assembleia de Escola. Era simples. Era transparente. Era incorruptível. E, dentro de poucos anos, os quadros das escolas estariam estabilizados.

Esperava que um governo reformista tivesse a coragem de aguentar a “porrada” nos media e nas ruas.

Que desilusão!

29 de outubro de 2004

Alô pais! Cuidado!

Conta-se aqui a história de uma creche que queria instalar algumas câmaras de vídeo nas suas salas e refeitório. As imagens das câmaras seriam acessíveis através da Internet mediante password do conhecimento dos pais das crianças. Todos estavam de acordo, mas, apesar disso, a direcção da escola entendeu pedir parecer à Comissão Nacional de Protecção de Dados. E, pasme-se, a resolução da CNPD, que faz jurisprudência, foi no sentido da ilegalidade da iniciativa. Assim, ficou determinado que o “sistema de câmaras atenta contra os direitos dos trabalhadores - que a lei proíbe que sejam vigiados - e das crianças”.
Desta forma, ficámos a saber duas coisas:

  • Que os trabalhadores não podem ser vigiados. Fantástico! Então a Lei proíbe que os trabalhadores sejam vigiados? Não conheço essa lei. Mas também não preciso de a conhecer. Vou já dizer à minha mulher que não pode vigiar a nossa empregada de limpeza (antigamente chamava-se “mulher-a-dias”). Não pode! É proibido! Quando algum serviço não for feito, ou for mal feito, o melhor é despedi-la logo antes que haja uma lei que proíba o despedimento de trabalhadores que não trabalhem.
  • Que os pais não podem vigiar os filhos. É que a “captação de imagens é um constrangimento injustificado do direito à intimidade das crianças e à sua privacidade”. Quer isto dizer que, no limite, um pai não pode filmar o(s) filho(s) a brincar com outra(s) criança(s)!

Não resisto a transcrever o último parágrafo:
A CNPD está ainda preocupada com o crescimento das crianças que estão sobre videovigilância. A partir do momento em que os meninos sabem que estão a ser vigiados, assumem-no como uma coisa natural. Tal como os pais se podem habituar a controlar os filhos. "No futuro, as crianças vão achar normal que os pais lhes mexam nas gavetas e vigiem todos os seus passos", interpreta Catarina de Albuquerque, especialista em Direitos Humanos, que concorda com a deliberação da CNPD.

As crianças poderão vir a considerar normal serem vigiadas! Credo!
Os pais poderão vir a habituar-se a controlar os filhos! Abrenúncio!

Será que anda tudo doido?

27 de outubro de 2004

Amizades...

Este senhor foi contar a terceiros uma conversa com este de quem era amigo há 20 anos.
Com amigos destes...
Mas, para além destas questões que têm a ver com a "amizade", há outras:
  • Tratou-se de um serviço "encomendado"? Foi o Governo que requisitou os serviços do dono da TV? O professor diz que foi "pressionado" pelo patrão e este, não o negando, não mete o Governo na trapalhada. Em que é que ficamos?
  • Assumindo que o patrão da TVI não queria que a estação continuasse a mimosear o executivo, admite-se que tenha entendido pressionar, apenas, UM comentador? Não há lá mais? O Tavares também não é? Foi pressionado? E os jornalistas? Devem lá trabalhar muitos. Também foram pressionados? Queixaram-se? Foram ouvidos pela Comissão Parlamentar? E pela AACS?
  • Então e a SIC? Também noticia e também emite opiniões contrárias ao "interesse" do Governo. Como é que escapou a esta "fúria controleira"? Como?
  • Quanto à RTP, percebe-se. Já não havia necessidade de intervir. Já estava "controlada". Já lá não passa qualquer informação, programa ou opinião contrária à orientação governamental. Não passa de um instrumento da propaganda.
Valha-nos Santo Ambrósio.
Está na altura da malta reclamar, mais uma vez, um novo 25 de Abril.

24 de outubro de 2004

Mais SCUT'S

Instado pelo meu amigo mocho, passo a clarificar:

Assim:

Se eu puder continuar a ir para Viseu pela velhinha EN16 – oh, como tenho saudades daqueles tempos em que a malta fazia apostas sobre o “tempo” que se demorava para chegar a Viseu, montados naquela máquinas infernais (eu tinha um Ford Escort 1100 que andava mais de lado que de frente e andava nos 12/13 minutos);
Se eu puder continuar a ir para Coimbra pela estrada de Penacova, como fazíamos quando lá estudávamos, cujas curvas abordávamos numa toada desinibida, saindo invariavelmente em “contra-brecagem”, sempre a “abrir” (gastavam-se 50/55 minutos);
Se eu puder continuar a ir ao Porto pelo Vouga, passando S. Pedro do Sul, Vouzela, Sever do Vouga e Vale de Cambra, como fazia quando estava na tropa em Arca d’Água, gozando paisagens magníficas por caminhos “rebarbativos”, montado no meu R16 TL com mudanças ao volante (talvez o melhor carro que já tive), e não gastando mais de hora e meia;

Se

Então não me importarei de pagar portagem para demorar menos tempo!

Hoje, com vias-rápidas, autoestradas e melhores carros, demoro mais tempo que há 30 anos.
ORA PORRA!!!

F16 ...

Não é um F16 mas sim um Eurofighter.
Tecnologia europeia!



Defesa Nacional e "senso comum"

Num post recente, o senhor canzoada dava a entender que se poderia abdicar dos investimentos nos F16 e nos submarinos para fazer face aos custos das SCUT’s.
É algo que não faz sentido nenhum.
Desde logo, porque os valores em jogo não têm comparação possível.
Mas há outra questão, essa mais grave. É que um pensamento com esta expressão radica na ideia, querida de uma certa esquerda, de que este país não necessita de forças armadas, o que é falso!
Abomino o “senso comum”, que nada tem a ver com o bom senso, e, por isso, não gosto, evito mesmo, de falar de assuntos que não domino em plenitude. É este o caso das questões militares. De facto, para além de alguns estudos que vou lendo e de um curso de Defesa Nacional que frequentei, não possuo conhecimentos aprofundados sobre a matéria.
Ainda assim, sei (acho que todos sabemos) que Portugal mantém, ainda hoje, um dispositivo militar herdado dos tempos das Guerras Coloniais e totalmente desadequado à situação geo-político-estragégica emergente. Assim, no actual contexto, que aqui não explorarei, Portugal necessitará de modernizar as FA's. Necessitará,nomeadamente de:
1) Ao nível do exército, de forças terrestres com uma expressão mínima – algo com uma dimensão da ordem de duas brigadas completamente equipadas – sobretudo por via dos nossos compromissos com a comunidade internacional.
2) Quanto a meios aéreos, é reconhecida a necessidade de uma força com capacidade de intercepção rápida, e daí os F16 (a propósito, não me recordo de compras de caças F16 por este governo).
3) Ao nível marítimo, são imprescindíveis meios compatíveis com a extensão das nossas águas territoriais e da nossa ZEE.
4) Finalmente, são ainda necessários meios de “projecção de força” – transportes. (deve saber-se que, com os actualmente existentes, demoraríamos cerca de duas semanas a colocar uma simples companhia de combate numa das regiões autónomas).

É isto que têm dito os nossos especialistas em defesa, conotados que sejam, à esquerda ou à direita!

É assim que se tem vindo a operar, lentamente, o redimensionamento e o reapetrechamento das Forças Armadas, no qual, TODOS os governos se têm vindo a empenhar. A este propósito, quer parecer-me que as opções tomadas têm sido ditadas pelos militares. Isto é, não me parece nada que, por exemplo, tenha sido o Sr. Portas – pelo qual não nutro especial simpatia – a lembrar-se dos submarinos. Estas coisas não se passam assim.
Quanto a mim, embora sabendo que o submarino é um aparelho com enorme potencial, entendo que seriam mais adequadas duas fragatas AEGIS, do tipo das nossas MECO (por falar nisso, neste momento temos uma fragata ao largo da Guiné “para o que der e vier”).
Mas eu não sou especialista e, por isso, acredito nos especialistas.

23 de outubro de 2004

SCUT's again

A réplica do meu amigo mocho fez-me voltar ao tema.
Faço-o para clarificar que nada tenho contra a construção de autoestradas, muito antes pelo contrário.
Aquilo a que me oponho, desde a sua génese, é à ideia imbecil que subjaz ao conceito de SCUT.
Imbecil porquê? Por duas razões:
Porque se aceitou que não fossem construídas de raiz, antes que aproveitassem troços já existentes, donde viria a resultar, em muitos casos, a inexistência de verdadeiras alternativas;
Porque se funda naquele típico porreirismo, naquele populismo lusitano, de acordo com o qual a malta não tem de pagar nada. Tudo é à borla. Se não se paga nada nas escolas, se não se paga nada nos centros de saúde, a que propósito se haveria de pagar nas autoestradas do interior?

Asneira! Por quase toda a Europa (em Portugal também) as autoestradas são portajadas. São pagas! Mas não o são pelo Orçamento do Estado. Não são pagas através de impostos. Paga quem as utiliza. Quem não quer, vai pela estrada normal.

Existe, ainda, um terceiro problema. É que, mesmo aceitando este modelo, o ritmo alucinante com que foram lançadas as obras, hipotecaria (hipoteca) o Orçamento do Estado durante muitos anos.

O que verdadeiramente me irrita é o beco em que (os governos socialistas) nos meteram. Não acautelaram alternativas rodoviárias. Mandaram os privados fazer as estradas. Deixaram a factura para os próximos.
ORA PORRA!!!

Afinal, por que razão não se adoptou o modelo utilizado na Ponte Vasco da Gama - construção por privados e concessão durante x anos? (e esses tristes que a utilizam não têm nenhuma alternativa à borla)

22 de outubro de 2004

SCUT's

O Eng. Cravinho, o "pai" das autoestradas SCUT's, veio hoje dizer que não é necessário recorrer a portagens para suportar os custos das ditas (afinal elas têm custos - é preciso pagá-las às empresas que as construíram).
De acordo com aquele político, bastará reforçar o orçamento do Instituto de Estradas de Portugal com um terço das receitas provenientes do imposto automóvel e do imposto sobre produtos petrolíferos.
Muito bem! Pura aritmética! Inquestionável!
Só há um problema:
Como o dinheiro não nasce, reforçar o orçamento do IEP implica reduzir o orçamento de qualquer outra coisa. Acontece que não ouvi o senhor dizer em que é que se cortaria. Ou seja, ficamos, mais uma vez, nas meias tintas. Onde é que o senhor estaria a pensar em cortar? Na Segurança Social? Nos vencimentos da Função Pública? Onde?
Afinal, quem iria pagar os custos das SCUT's?
Será que não pensou nisso?
Pensar, pensou. Tenho a certeza. Eu é que não o ouvi dizer.

Inutilidades e Disparates

De acordo com o Público, "o director-geral da TVI, José Eduardo Moniz, acusou hoje o ministro dos Assuntos Parlamentares de dizer 'inutilidades e disparates'".
Curioso!
Afinal eram "inutilidades" e "disparates".
Resultam daqui duas constatações:
1) Estas "inutilidades" foram "utilizadas" durante mais de três semanas para fazer páginas de jornais e noticias de tele-jornais zurzindo o Governo;
2) O homem não deixou que os outros jornalistas o ouvissem dizer que houve (ou que não houve) pressão sobre a TVI para sanear o professor. Preferiu falar "à porta fechada".

Isto é que é transparência!

21 de outubro de 2004

Governo Malvado

Das notícias que, durante o dia de hoje, fui ouvindo na rádio (Antena 1, serviço público) retive, por ordem cronológica, o seguinte:

1) O Governo quer “avaliar” o Director de Informação da RTP;
2) O Governo quer transformar a RTP no “braço armado” da sua “central de informações”;
3) O Governo anunciou a intenção de transformar os professores desempregados, ou sem serviço, em amanuenses auxiliares de Tribunal;
4) O Governo mandou a PSP agredir brutalmente os estudantes que, de forma totalmente ordeira, cortaram o trânsito na Rua Padre António Vieira (Coimbra) e, também de forma irrepreensível, pretendiam invadir uma reunião do Senado Universitário;
5) O Governo mandou que os membros do Conselho Superior da Magistratura indicassem uma senhora, não magistrada, para presidente do Centro de Estudos Judiciários.

Não há qualquer dúvida!
Este é um governo malvado!
Um governo que tem prazer em “fazer mal”! Um governo que, como se vê (neste caso, como se ouve) já acabou com a liberdade de imprensa em Portugal.
Como sou homem de coragem, não temo as represálias que sobre mim se vierem a abater por, num acto de indignação, aqui deixar o meu veemente protesto por esta escalada contra o direito fundamental à liberdade de expressão.

Constou-se-me que até já há autores de blogs deportados (só não tenho a certeza se foram para o Tarrafal ou para a Sibéria).

Ao que nós chegámos...

Tenho estado a pensar que talvez tenha sido, também, por ordem do Governo que o PSG ganhou 2-0 ao FCP. Fará parte do plano calar algumas vozes incómodas que se têm vindo a ouvir lá para aquelas bandas nortistas.

(isto devia ter sido publicado ontem, 20, mas o Blogger ficou “inop”)

18 de outubro de 2004

Chico César

Como já disse, no Sábado fui assistir ao concerto do Chico César. Fui numa de "vamos lá ver o que será". Nunca tinha ouvido falar do homem. Não sabia que tinha composto para Daniela Mercury, Vanessa da Mata, Buarque, Lenine e até para a diva Bethânia.
Gostei! Uma agradável surpresa. Um comunicador que conquistou o auditório nos primeiros cinco minutos. Na minha opinião, melhor compositor que cantor. Um nome a reter.
Fica uma nota sobre a Comum, que integrámos no início do ano, e que está a revelar-se uma aposta certeira.

Da poesia de Chico César fica aqui este

Mulher eu sei


Eu sei como pisar
No coração de uma mulher

Já fui mulher eu sei
Já fui mulher eu sei

Para pisar no coração de uma mulher
Basta calçar um coturno
Com os pés de anjo nocturno

Para pisar no coração de uma mulher
Sapatilhas de arame
O ballet belo infame

Para pisar no coração de uma mulher
Alpercatas de aço
O amoroso cangaço

Para pisar no coração de uma mulher
Pés descalços sem pele
Um passo que a revele

Treta de terra

Quando, ao fim da tarde, passeava os meus cães, dei comigo a pensar no que esta terra evoluiu. Podendo parecer que não, como propalam os profetas da desgraça, os fanáticos e os ressaibiados, a verdade é que progredimos de uma forma que não permite comparações com um passado de há meia dúzia de anos.
Por aqui, como ao nível do País, estão, aqueles infelizes, ainda imbuídos dos paradigmas do século passado. Pararam no tempo. Continuam à espera de "obras". Não se deram conta que a maior parte das infraestruturas, das obras estruturantes, estão feitas. Não se deram conta que as que ainda resta concluir se contam pelos dedos de uma mão. Não se deram conta que a essência da acção das Câmaras - que continua a ser a melhoria das condições de vida das pessoas - se centra, agora, em outras prioridades. Educação, cultura, desporto, tempos livres, 1ª infância e 3ª idade, são algumas dessas prioridades. Já antes o eram, mas de uma forma indirecta. Eram-no na medida em que beneficiavam da infraestruturação. Hoje, são-no, directamente, através da dinamização de actividades específicas e do apoio às colectividades. Hoje, sem fazer "obras", trabalha-se, ainda mais, para as pessoas.
Este fim-de-semana, nestas Terras de Azurara, pôde testemunhar-se o que afirmo:

No Sábado - Concerto do Chico César;
No Domingo - Aniversário do MotoClube
e
- Street Karting no centro da cidade.

Claro que, não se passa nada...

16 de outubro de 2004

Direitos e Deveres

Na página 14 da Única de 9 de Outubro de 2004 (separata do Expresso), Inês Pedrosa, denotando uma preocupante superficialidade na análise do problema, “atira-se” às Comissões de Protecção de Crianças e Jovens. Trata-se do caso da Joana – aquela miúda de 8 anos, de Figueira, Portimão, desaparecida há cerca de um mês, presumivelmente assassinada.
Insurge-se, a autora, contra o facto das psicólogas da Comissão (de Portimão) terem pedido autorização aos pais (há tempos), para intervirem junto da família averiguando da veracidade de uma denúncia de maus-tratos.
Bem teria feito Inês Pedrosa se tivesse aprofundado o estudo desta matéria antes de se pôr a “dar palpites”. Se o tivesse feito, teria aprendido que as Comissões de Protecção de Crianças e Jovens funcionam de acordo com o Regulamento aprovado pela Lei N.º 147/99 de 1 de Setembro. E, fazendo-o, não teria de gastar muito tempo para chegar ao articulado seguinte:


Artigo 7.º
Intervenção de entidades com competência em matéria de infância e juventude

A intervenção das entidades com competência em matéria de infância e juventude é efectuada de modo consensual com os pais, representantes legais ou com quem tenha a guarda de facto da criança ou do jovem, consoante o caso, de acordo com os princípios e nos termos do presente diploma.

Artigo 8.º
Intervenção das comissões de protecção de crianças e jovens

A intervenção das comissões de protecção de crianças e jovens tem lugar quando não seja possível às entidades referidas no artigo anterior actuar de forma adequada e suficiente a remover o perigo em que se encontram.

Artigo 9.º
Consentimento

A intervenção das comissões de protecção das crianças e jovens depende do consentimento expresso dos seus pais, do representante legal ou da pessoa que tenha a guarda de facto, consoante o caso.

Artigo 10.º
Não oposição da criança e do jovem

1 — A intervenção das entidades referidas nos artigos 7.º e 8.º depende da não oposição da criança ou do jovem com idade igual ou superior a 12 anos.
2 — A oposição da criança com idade inferior a 12 anos é considerada relevante de acordo com a sua capacidade para compreender o sentido da intervenção.


Importa referir que, na falta de consentimento, resta à CPCJ a comunicação ao Tribunal, ao que se segue a tramitação processual a que a justiça em Portugal nos habituou…

Nos últimos tempos, muito têm sido criticadas as CPCJ’s pela ineficácia da sua acção. Concordo, genericamente, com a acusação de ineficácia. Só que ela não decorre da falta de empenhamento, ou de competência, dos seus membros. Deriva, isso sim, do facto deste ser um País em que os deveres (do cidadão) são sistematicamente subalternizados relativamente aos direitos individuais.

Assim, podem as crianças continuar a ser negligenciadas, espancadas, violadas e até assassinadas, na esperança de que a Justiça se venha a fazer “pos-facto” e de que algum comentador venha a zurzir a respectiva CPCJ.

14 de outubro de 2004

Convicções

O meu amigo mocho desafiou-me a fazer o teste da Bússola Política do Público.
Quase em simultâneo, a dona blueshell atazanou-me com as minhas convicções profundas.
Não resisti e fui fazer o teste.
Aqui fica o resultado.


Quatro seguidas! Safa!

Estou mesmo estafado.
Já é com muito dificuldade que dou quatro (horas de aula) seguidas. Adultos e, pior ainda, professores. Safa. Falta de treino e velhice, é o que é.
Resta-me o conforto de, apesar de bem mais jovens, eles terem ficado tão "rotos" como eu.
Por hoje chega.

12 de outubro de 2004

Contradição!

O Primeiro Ministro de Portugal contradisse o Ministro das Finanças! Credo!
Este tinha dito que a revisão do IRS se faria, como durante os ÚLTIMOS governos, através do ajustamento dos escalões. Aquele veio dizer que haveria diminuição das próprias taxas. Crime!
Onde é que já se viu um Primeiro Ministro desdizer um Ministro? Só mesmo nesta "democracia podre".
Para agravar, desdisse-o quando o Orçamento para 2005 já estava pronto. Ainda se fosse numa fase de ultimação. Mas não!
E não ficou por aqui.
Para cúmulo, além da baixa do IRS, veio falar no aumento dos vencimentos de todos os funcionários públicos e no aumento das pensões de reforma, o qual, pasme-se, poderá ir a 9% nos casos das pensões mais baixas.

Pois é. Falou mas não disse nada. Só contradisse.

Ao que descemos!


Medo!

Deve ter-se passado algo de muito grave. Deve ter sido uma enormidade. E, ao que parece, deve estar para continuar e para se tornar ainda mais monstruoso. Provavelmente por ter estado a trabalhar (esta mania de trabalhar ainda me há-de matar) não me apercebi de nada.
Contudo, neste bocadinho de lazer, enquanto dava uma voltinha pelos blogs, constatei que, realmente, algo de muito grave de ter acontecido. Ainda não sei o que foi. Mataram pessoas? Prenderam? Deportaram?
Ouvi qualquer coisa assim mas fiquei com a ideia que tinha sido algures em África, salvo erro na Guiné.
Mas não deve ter sido por isso que a minha amiga whiteball está transida de medo.
Nem deve ter sido por isso que o companheiro - eles são casados, mas "companheiro" é mais "lefty" - o meu grande amigo mocho, está a reclamar outro 25 de Abril.

Ao que nós descemos!

10 de outubro de 2004

Democracia!!

Hoje li aqui uma dúvida quanto a vivermos em Democracia.
Já ouvia essa dúvida muitas mais vezes em múltiplos contextos.
Por "dá cá aquela palha", é vulgar ouvir-se bradar que "a democracia está em perigo".
Que me lembre, e já lá vai quase meio século, só senti (eu) a democracia em perigo durante aquela época frenética do PREC. (eh lá que esta é forte!)
Será que sou eu que não "sinto"?
Será que deveria "reeducar" os meus cinco sentidos para sentirem os ataques à democracia?
Por outro lado, aqui há uns tempos ouvi um líder parlamentar conjecturar sobre se a Coreia do Norte não seria uma Democracia.
Será a Democracia definível em termos objectivos?

9 de outubro de 2004

Tudo está a correr bem

Andam eufóricos os socialistas.
Tudo parece correr-lhes de feição.
Primeiro, conseguiram livrar-se dos esquerdistas.
Depois, tiveram as benesses,
de um ministro desastrado;
da excelente performance de um político, comentador, e também, actor;
dos tiros fratricidas dos ressaibiados;
de um Presidente inseguro roído pelo remorso;
e até de um candidato a ex-futuro Presidente da Répública.

Andam tão eufóricos que até já antevêem um cenário com dois candidatos da não-esquerda, caso em que já conseguem projectar a vitória da "paixão pelo diálogo".

Será?



8 de outubro de 2004

Nobre terra hospitaleira

Não tenho a certeza de conseguir manter um blog.
Temo que, quando tenha tempo para o actualizar, me dê aquela gana de escrever só coisas inconfessáveis e politicamente incorrectas.
Vamos ver!
Azurara, as suas escolas e "politics" serão os temas.